O 1º de Maio e a ida à serra
- zearaujo1
- 19 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Arquivo ACH - 1-5-2020
Caras/os associadas/os e amigas/os
Com origem na luta pela limitação da jornada de trabalho a oito horas nos Estados Unidos, assinalando a ampla adesão à greve geral de 1 de maio de 1886, o Dia do Trabalhador é celebrado em todos os continentes. Com várias designações como Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho, Dia Internacional do Trabalhador ou Dia de Maio, o 1º de maio é feriado oficial em muitos países e assinalado com manifestações em defesa dos trabalhadores. Em Portugal, só a partir de maio de 1974 o Dia do Trabalhador voltou a ser livremente comemorado e a data passou a ser feriado nacional, nesse ano com grande expressão no Funchal.
Na Madeira, a data tem outras reminiscências velhas de 5 séculos, este ano inesperadamente revividas. Este dia evoca uma outra epidemia que assolou a ilha nos anos de 1521, 1522 e 1523. A procissão que anualmente percorre várias artérias urbanas (com alterações do percurso definido no voto inicial), algumas vezes interrompida ao longo de quase 500 anos, surge de um voto feito pela Câmara Municipal do Funchal a São Tiago Menor "de para sempre em cada um ano deste mundo", invocando a protecção da cidade contra a peste.
Este ano, a tradição será cumprida apenas online, como tantas outras.
https://funchalnoticias.net/2019/05/01/sao-tiago-livrai-nos-de-pestes/ https://funchalnoticias.net/2018/04/30/funchal-homenageia-amanha-sao-tiago-menor/ https://funchalnoticias.net/2020/04/29/291648/ https://funchalnoticias.net/2020/04/27/cmf-vai-transmitir-online-missa-em-honra-de-sao-tiago-menor-padroeiro-do-funchal-e-protector-contra-a-peste/ A tradição de ir à serra fazer piqueniques e "saltar a lage" é antiga e arreigada, neste que era há muito o dia do feriado municipal (hoje assinalado a 21 de agosto). Mesmo quando os automóveis foram permitindo aos funchalenses trocar os passeios pedestres à serra pela "volta à ilha" ou "meia volta", e os piqueniques foram substituídos pelos almoços nos restaurantes que nos anos 60 e 70 iam aparecendo na Madeira - o "Galeão" em São Vicente, o "Cachalote" no Porto Moniz - os passeios e a compra dos "maios", na cidade antes da partida ou à beira das estradas durante a volta eram imperdíveis neste dia.
https://funchalnoticias.net/2016/05/01/colares-de-maio-sempre-procurados/
https://www.cantinhodamadeira.pt/index.php/tradicoes/item/900-os-maios
Como trará o 1º de Maio de 2020 até nós os "maios", lindos colares de flores amarelas, neste ano em que não podemos ir à serra, nestes dias do nosso já longo confinamento ditado pela pandemia?
Segue em anexo a história que hoje partilhamos convosco. Nela constatamos como a população que habitava o denso casario de Santa Maria Maior continuou a sofrer em muitas outras epidemias, sendo especialmente afectada pela peste bubónica que assolou o Funchal no inverno de 1905-1906.
E sabemos de uma menina, então residente nessa parte da cidade, que em toda a sua vida gostou de "maios" e de ir passear à serra, quem sabe se por um dia ali se ter refugiado durante essa terrível epidemia.
Fiquem bem, com os "maios" e "Uma casa escondida na serra". Partilhem connosco outras histórias de casas e gentes da nossa terra.
A Direcção da Associação Casas com Histórias

Uma casa na serra
Imagem acedida em

Largo de Santa Maria Maior
imagem acedida em

Imagem actual, vendo-se ao centro o edifício do antigo Lazareto de Gonçalo Aires acedida em

Rua Aspirante Mota Freitas, Socorro - Santa Maria Maior, Funchal
acedida em




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